Antiga dependência do Bispado de Elvas que tinha como finalidade ser uma prisão eclesiástica. Foi construído no séc. XVII por ordem do Bispo D. Baltasar de Faria Vilas-Boas, cujo brasão se pode identificar na fachada do edifício.
No âmbito do conjunto de estruturas
de apoio à antiga Sé inseria-se um conjunto de edificações eclesiásticas, que
entretanto foram alteradas pelo tempo histórico. Relativamente às mesmas
destaca-se o Aljube que se situava entre a Catedral e o Paço Episcopal e que se
situava na proximidade das casas nobres da cidade como era o caso da dos
Pessanhas. Trata-se de uma pequena edificação, de quadro fogos e cujo acesso se
fazia através de um portal definido por arco quebrado. A função prisional deste
edifício que se situava na Rua dos Açougues dos Cónegos, hoje do Aljube era
exclusivamente dedicada aos indivíduos de estado eclesiástico. A falta e a
investigação documental é um dos aspectos que condiciona a sua história, que se
desenvolveu entre 1622 quando este espaço foi adaptado as funções eclesiásticas,
abandonado após a extinção do Bispado de Elvas, já há muito que se encontrava em
estado de degradação uma vez que o governador do Bispado, o secretário, D.
Martinho do Rosário e Vasconcellos, deu conhecimento às autoridades
eclesiásticas da necessidade da sua reparação. O fim do bispado e a aquisição
do edifício por um particular em finais do séc. XIX acabou por votar este
espaço arquitectónico ao abandono. De realçar que num dos alçados da rectaguarda
desta edificação na rua do Sineiro é visível um escudo de armas pertencente ao
Bispo D. Baltazar de Faria Villas Boas.
BATISMO:
- Pesquisa de Luis Antonio Villas Bôas, realizada em 1.o/ABR/2008 no microfilme da CHF 1362908, item 01, livro 07, referente a batismos (1686 a 1706) de Barcelos, Portugal aonde na folha S/N consta: "Aos 3/DEZ/1688 .... a BALTHAZAR filho do Doutor ANT.o DE VILLAS BOAS S.PAIO e D. M.a FERRAZ sua mulher.
BATISMO:
- Pesquisa de Luis Antonio Villas Bôas, realizada em 1.o/ABR/2008 no microfilme da CHF 1362908, item 01, livro 07, referente a batismos (1686 a 1706) de Barcelos, Portugal aonde na folha S/N consta: "Aos 3/DEZ/1688 .... a BALTHAZAR filho do Doutor ANT.o DE VILLAS BOAS S.PAIO e D. M.a FERRAZ sua mulher.
A Diocese de Elvas é uma diocese histórica, tendo sido convertida numa sé titular.
Foi criada por uma bula do Papa Pio V de 9 de Junho de 1570, ficando sediada na cidade de Elvas e sufragânea da arquidiocese de Évora. Foi suprimida em 30 de Setembro de 1881, em simultâneo com a diocese de Castelo Branco. O seu território foi maioritariamente reintegrado na Arquidiocese de Évora (com excepção das freguesias de Degolados e Cabeço de Vide e do concelho de Alter do Chão, que passaram para a diocese de Portalegre).
Presentemente, o título de bispo titular de Elvas continua a ser usado por bispos auxiliares, à semelhança do que sucede com outras dioceses históricas de Portugal extintas.
Lista de bispos de Elvas
- António (I) Mendes de Carvalho (1571-1591)
- António (II) Matos de Noronha (1591-1610)
- Rui (Rodrigo) Pires da Veiga (1612-1616)
- Frei Lourenço (I) de Távora (1617-1625)
- Sebastião de Matos de Noronha (1626-1636), também arcebispo de Braga
- Manuel da Cunha (1638-1658)
- João (I) de Melo (1671-1673)
- Alexandre da Silva Botelho (1673-1681)
- Frei Valério de São Raimundo (1683-1689)
- Jerónimo Soares (1690-1694)
- Bento de Beja Noronha (1694-1700)
- António (III) Pereira da Silva (1701-1704)
- Nuno da Cunha e Ataíde (1705), eleito, não aceitou o cargo
- Pedro (I) de Lencastre (1706-1713)
- Fernando de Faro (1714)
- João (II) de Sousa de Castelo-Branco (1716-1728)
- Pedro (II) de Vilas-Boas e Sampaio (1734)
- Baltazar de Faria Vilas-Boas (1743-1757)
- Lourenço (II) de Lencastre (1759-1780)
- João (III) Teixeira de Carvalho (1780-1792)
- Frei Diogo de Jesus Jardim (1793-1796)
- José (I) da Costa Torres (1796-1806)
- José (II) Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho (1806-1818)
- Frei Joaquim de Menezes e Ataíde (1820-1828)
- Frei Ângelo de Nossa Senhora da Boa-Morte (1832-1852)
- Nuno Brás (2011 - actual)
- André Jacquemin (1969-1970)
- Raymond Joseph Louis Bouchex (1972-1978)
- Armindo Lopes Coelho (1979-1982), depois bispo de Viana do Castelo e do Porto
- José Augusto Martins Fernandes Pedreira (1982-1997), depois bispo de Viana do Castelo
- Tomás Pedro Barbosa da Silva Nunes (1998-2010)
- Nuno Brás da Silva Martins, desde 2011
EXTRAS:
"...o, Deão da santa Igreja de Elvas, querendo obsequiar o seu Bispo, o Excelentíssimo e Reverendíssimo D. Lourenço de Lancastro, vinha oferecer-lhe o hissope à porta da casa do cabido todas as vezes que este prelado ia exercitar as suas funções na sé. Depois, esfriandoesta amizade por motivos que nos são ocultos, mudou o dito Deão de sistema, o que o Bispo sentiu em extremo como uma grande afronta feita à sua ilustríssima pessoa. E para o obrigar
a continuar no mesmo obséquio, maquinou com alguns seus parciais do cabido que este lavrasse um acórdão pelo qual o Deão fosse obrigado, debaixo de certas multas, a
não o esbulhar da pertendida posse em que se achava. Deste terrível acórdão apelou o Deão para a metrópole, onde teve sentença contra si.
Passado pouco tempo depois da referida sentença, morreu o Deão e lhe
sucedeu no deado um sobrinho seu chamado Inácio Joaquim Alberto..."
Argumento:
“...Vários motivos impeliram António Dinis à composição do poema do
Hissope:
1.° – a instigação de alguns amigos de Elvas, com quem conversava todas as noites em casa de seu vizinho António Caetano Falcato, os quais rindo da grande questão entre o Bispo e o Deão trouxeram à memória a outra da mesma índole que serviu de assunto ao Lutrin de Boileau;
2.° – o despique da indiferença, por não dizer desprezo, com que o mesmo António Dinis era tratado pelo Bispo, que taxando-o de poeta não fazia do seu merecimento o caso que de justiça devia, nem o chamava aos solenes jantares para que costumava convidar os outros ministros da cidade e comarca;
3.o – finalmente a aversão a alguns procedimentos despóticos e usurpações da Jurisdição Real, em que o dito prelado incorria, menos por génio e por princípios do que por maus conselhos. Acautele-se porém o leitor de acreditar tudo quanto ler sobre os diferentes caracteres dos que figuram no poema sem o desconto que se deve dar ao
encarecimento, particularmente pelo que respeita ao Bispo. As presentes observações farão ver em abono da verdade e obséquio da justiça que os defeitos deste herói do poema, defeitos a que a humanidade está sujeita, não excluíam as suas boas qualidades morais e civis, nem o bom serviço que prestou à Igreja de Elvas...”
José Carlos de Lara: Deão da Sé de Elvas. D. Lourenço de Lancastro: Bispo de Elvas, descendente de D. João II, ainda que por via bastarda.
O HISSOPE
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