quinta-feira, 22 de novembro de 2012

REBENTO DE LARANJEIRA


ALJUBE ECLESIÁSTICO - ELVAS




Antiga dependência do Bispado de Elvas que tinha como finalidade ser uma prisão eclesiástica. Foi construído no séc. XVII por ordem do Bispo D. Baltasar de Faria Vilas-Boas, cujo brasão se pode identificar na fachada do edifício.
No âmbito do conjunto de estruturas de apoio à antiga Sé inseria-se um conjunto de edificações eclesiásticas, que entretanto foram alteradas pelo tempo histórico. Relativamente às mesmas destaca-se o Aljube que se situava entre a Catedral e o Paço Episcopal e que se situava na proximidade das casas nobres da cidade como era o caso da dos Pessanhas. Trata-se de uma pequena edificação, de quadro fogos e cujo acesso se fazia através de um portal definido por arco quebrado. A função prisional deste edifício que se situava na Rua dos Açougues dos Cónegos, hoje do Aljube era exclusivamente dedicada aos indivíduos de estado eclesiástico. A falta e a investigação documental é um dos aspectos que condiciona a sua história, que se desenvolveu entre 1622 quando este espaço foi adaptado as funções eclesiásticas, abandonado após a extinção do Bispado de Elvas, já há muito que se encontrava em estado de degradação uma vez que o governador do Bispado, o secretário, D. Martinho do Rosário e Vasconcellos, deu conhecimento às autoridades eclesiásticas da necessidade da sua reparação. O fim do bispado e a aquisição do edifício por um particular em finais do séc. XIX acabou por votar este espaço arquitectónico ao abandono. De realçar que num dos alçados da rectaguarda desta edificação na rua do Sineiro é visível um escudo de armas pertencente ao Bispo D. Baltazar de Faria Villas Boas.
BATISMO:
- Pesquisa de Luis Antonio Villas Bôas, realizada em 1.o/ABR/2008 no microfilme da CHF 1362908, item 01, livro 07, referente a batismos (1686 a 1706) de Barcelos, Portugal aonde na folha S/N consta: "Aos 3/DEZ/1688 .... a BALTHAZAR filho do Doutor ANT.o DE VILLAS BOAS S.PAIO e D. M.a FERRAZ sua mulher.

A Diocese de Elvas é uma diocese histórica, tendo sido convertida numa sé titular.
Foi criada por uma bula do Papa Pio V de 9 de Junho de 1570, ficando sediada na cidade de Elvas e sufragânea da arquidiocese de Évora. Foi suprimida em 30 de Setembro de 1881, em simultâneo com a diocese de Castelo Branco. O seu território foi maioritariamente reintegrado na Arquidiocese de Évora (com excepção das freguesias de Degolados e Cabeço de Vide e do concelho de Alter do Chão, que passaram para a diocese de Portalegre).
Presentemente, o título de bispo titular de Elvas continua a ser usado por bispos auxiliares, à semelhança do que sucede com outras dioceses históricas de Portugal extintas.

Lista de bispos de Elvas
  1. António (I) Mendes de Carvalho (1571-1591)
  2. António (II) Matos de Noronha (1591-1610)
  3. Rui (Rodrigo) Pires da Veiga (1612-1616)
  4. Frei Lourenço (I) de Távora (1617-1625)
  5. Sebastião de Matos de Noronha (1626-1636), também arcebispo de Braga
  6. Manuel da Cunha (1638-1658)
  7. João (I) de Melo (1671-1673)
  8. Alexandre da Silva Botelho (1673-1681)
  9. Frei Valério de São Raimundo (1683-1689)
  10. Jerónimo Soares (1690-1694)
  11. Bento de Beja Noronha (1694-1700)
  12. António (III) Pereira da Silva (1701-1704)
  13. Nuno da Cunha e Ataíde (1705), eleito, não aceitou o cargo
  14. Pedro (I) de Lencastre (1706-1713)
  15. Fernando de Faro (1714)
  16. João (II) de Sousa de Castelo-Branco (1716-1728)
  17. Pedro (II) de Vilas-Boas e Sampaio (1734)
  18. Baltazar de Faria Vilas-Boas (1743-1757)
  19. Lourenço (II) de Lencastre (1759-1780)
  20. João (III) Teixeira de Carvalho (1780-1792)
  21. Frei Diogo de Jesus Jardim (1793-1796)
  22. José (I) da Costa Torres (1796-1806)
  23. José (II) Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho (1806-1818)
  24. Frei Joaquim de Menezes e Ataíde (1820-1828)
  25. Frei Ângelo de Nossa Senhora da Boa-Morte (1832-1852)
  26. Nuno Brás (2011 - actual)
Lista de bispos titulares de Elvas
  1. André Jacquemin (1969-1970)
  2. Raymond Joseph Louis Bouchex (1972-1978)
  3. Armindo Lopes Coelho (1979-1982), depois bispo de Viana do Castelo e do Porto
  4. José Augusto Martins Fernandes Pedreira (1982-1997), depois bispo de Viana do Castelo
  5. Tomás Pedro Barbosa da Silva Nunes (1998-2010)
  6. Nuno Brás da Silva Martins, desde 2011



EXTRAS:
 
"...o, Deão da santa Igreja de Elvas, querendo obsequiar o seu Bispo, o Excelentíssimo e Reverendíssimo D. Lourenço de Lancastro, vinha oferecer-lhe o hissope à porta da casa do cabido todas as vezes que este prelado ia exercitar as suas funções na sé. Depois, esfriando
esta amizade por motivos que nos são ocultos, mudou o dito Deão de sistema, o que o Bispo sentiu em extremo como uma grande afronta feita à sua ilustríssima pessoa. E para o obrigar
a continuar no mesmo obséquio, maquinou com alguns seus parciais do cabido que este lavrasse um acórdão pelo qual o Deão fosse obrigado, debaixo de certas multas, a
não o esbulhar da pertendida posse em que se achava. Deste terrível acórdão apelou o Deão para a metrópole, onde teve sentença contra si.
Passado pouco tempo depois da referida sentença, morreu o Deão e lhe
sucedeu no deado um sobrinho seu chamado Inácio Joaquim Alberto..."

Argumento:

“...Vários motivos impeliram António Dinis à composição do poema do
Hissope:

1.° – a instigação de alguns amigos de Elvas, com quem conversava todas as noites em casa de seu vizinho António Caetano Falcato, os quais rindo da grande questão entre o Bispo e o Deão trouxeram à memória a outra da mesma índole que serviu de assunto ao Lutrin de Boileau;
2.° – o despique da indiferença, por não dizer desprezo, com que o mesmo António Dinis era tratado pelo Bispo, que taxando-o de poeta não fazia do seu merecimento o caso que de justiça devia, nem o chamava aos solenes jantares para que costumava convidar os outros ministros da cidade e comarca;
3.o – finalmente a aversão a alguns procedimentos despóticos e usurpações da Jurisdição Real, em que o dito prelado incorria, menos por génio e por princípios do que por maus conselhos. Acautele-se porém o leitor de acreditar tudo quanto ler sobre os diferentes caracteres dos que figuram no poema sem o desconto que se deve dar ao
encarecimento, particularmente pelo que respeita ao Bispo. As presentes observações farão ver em abono da verdade e obséquio da justiça que os defeitos deste herói do poema, defeitos a que a humanidade está sujeita, não excluíam as suas boas qualidades morais e civis, nem o bom serviço que prestou à Igreja de Elvas...”

José Carlos de Lara: Deão da Sé de Elvas. D. Lourenço de Lancastro: Bispo de Elvas, descendente de D. João II, ainda que por via bastarda.





                                                                     O HISSOPE


 

PATRIMÓNO NATURAL - ELVAS


O concelho de Elvas está integrado nas paisagens do Norte Alentejano, uma unidade territorial caracterizada por uma enorme diversidade natural e paisagística, característica da peneplanície alentejana de horizontes abertos, amplas searas, montados, olivais, vinhas, cursos de água e albufeiras.
O concelho de Elvas tem dois excelentes planos de água, nas albufeiras do Caia e Alqueva, por isso, as ocupações náuticas e a pesca são ofertas aliciantes, para além da caça. A albufeira do Caia, é o reservatório de água mais importante desta região sudeste do Norte Alentejano, além de abrigar uma abundante avifauna aquática invernante, salientando-se o pato-real, garças, piadeira, etc. A paisagem junto à Ermida da Senhora da Ajuda e da Ponte da Ajuda (que conduz a Olivença), banhada pelo rio Guadiana também é deslumbrante.
O maciço de Santa Eulália, com os seus característicos afloramentos graníticos, é uma estrutura subvulcânica, geologicamente importante...
 

PAÇO EPISCOPAL DE ELVAS


Quando a cidade de Elvas se torna sede de um bispado em 1570 logo se começa a construção de uma casa nobre que servisse de domicílio a D. António Mendes de Carvalho, o primeiro bispo. Para isso se edificou um magnífico palácio encostado à segunda cerca muçulmana, entre a torre “fernandina” e o Arco do Bispo (o topónimo do arco refere-se ao bispo de Évora D. Soeiro aquando da tomada de Elvas e não ao bispo da cidade raiana), ficando bem protegida e bem situada perto da Praça Nova. A construção sofreu múltiplas alterações. Ainda assim trata-se de um grande palácio de onde se destaca o seu revestimento azulejar encomendado pelo bispo D. Sebastião e Matos de Noronha a Miguel Martins em 1627. O Paço Episcopal é hoje sede da Polícia de Segurança Pública.   

CONVENTO S. DOMINGOS - ELVAS




O Convento de São Domingos foi fundado em 1267 e construído durante o último terço do séc. XIII onde esteve a ermida de Nossa Senhora dos Mártires. Sofreu várias modificações a partir do séc. XV. No séc. XVII recebe uma nova fachada ao estilo barroco e no século seguinte as capelas laterais em mármore. Durante as Guerras da Restauração, a construção do novo lanço de muralhas coincidia com parte do convento e por esse motivo vai ser demolido o hospício. Em 1834 após a extinção das ordens monásticas o que restou do convento foi secularizado ao albergar um quartel militar. O edifício tem na fachada um pórtico barroco coroado pelo escudo com as armas dominicanas e no interior três naves e uma cabeceira tipicamente gótica. De grande destaque são ainda os painéis de azulejos que ao longo das paredes vão contando a vida de São Domingos, mas também a Sala do Capítulo com a sua riqueza barroca.   

CONVENTO S. JOÃO DE DEUS - ELVAS


O convento de São João de Deus foi construído em Elvas em 1645 (o primeiro da sua ordem em Portugal) servindo de Hospital Militar. Em finais de 1641 D. João IV ordenou a construção de hospitais militares nas principais praças do país. Assim veio a suceder também em Elvas onde os enfermos militares foram socorridos pelos religiosos da Ordem de S. João de Deus, ocupando o Hospital Militar parte do convento destes frades hospitalários. O edifício foi principiado em 1642 e em 1653 foi ampliado para a construção da Vedoria Geral, no entanto foi sempre pequeno para a quantidade enorme de feridos e doentes que auxiliava. Em 1659, ano da Batalha das Linhas de Elvas contava o hospital com 10 religiosos que podiam atender 350 doentes. O Hospital Militar durou em Elvas até 1976, sendo depois o edifício deixado ao abandono até que em 2004 entrou em fase de reabilitação para ali ser construído o Hotel São João de Deus. A igreja do convento foi construída junto a uma das torres da muralha fernandina que por lá ainda podemos notar. De resto é um templo muito simples e já fechado ao culto.   

CONVENTO S. FRANCISCO - ELVAS

A primeira fundação do convento de São Francisco em Elvas data de 1518 mas a sua localização não satisfez os monges devido à situação insalubre em que se encontravam. O edifício actual teve a sua construção iniciada em 1591 quando D. Fernando da Silva e a sua esposa D. Beatriz de Brito doaram grande parte do terreno. Situado num alto junto ao Aqueduto da Amoreira, o convento tornou-se sempre alvo de assédio em período de guerra, tendo mesmo sido visto por alguns militares como um entrave à cidade. Deste lado o inimigo podia acercar-se sem ser visto e até mesmo instalar-se aqui para atacar. Assim aconteceu em 1658 e 1659 quando os espanhóis o ocuparam para esse efeito e também no início do séc. XIX aquando das invasões francesas. A artilharia da praça deixa o edifício várias vezes em ruína motivo pelo qual foi muitas vezes alvo de reconstruções. O convento de São Francisco de Elvas foi finalmente desocupado em 1834 pela Lei de expropriação dos bens das ordens religiosas, sendo logo em 1842 afecto ao Cemitério Público. Em termos arquitectónicos o edifício está totalmente descaracterizado do seu aspecto inicial devido a obras aqui efectuadas nos séculos XVII, XVIII e XIX. Ainda assim é de uma monumentalidade interessante. O interior da igreja é simples e dá acesso a um claustro pavimentado em calçada portuguesa. Todo o convento sofreu obras de reabilitação e é desde 2006 ocupado pelo Arquivo Histórico Municipal de Elvas.   

CONVENTO DE S. CLARA - ELVAS


O Convento de Santa Clara foi fundado em 1526. Foi o legado de D. Margarida Pereira e de D. Joana de Brito que possibilitou a sua construção, situada na zona alta da cidade no local exacto onde funcionara a albergaria de São Estêvão desde o séc. XIII. A igreja sofreu importantes remodelações ao longo dos tempos, das quais podemos destacar o entalhamento da capela-mor em 1690, e as reconstruções após os bombardeamentos exército espanhol em 1706 e 1711. Já em ruína o convento viu-se abandonado durante o séc. XIX pelo que a Câmara Municipal o decidiu comprar para a sua destruição. Tal não veio a acontecer e o templo foi cedido já em 1953 pela Direcção-Geral da Fazenda Pública à Associação das Irmãs Concepcionistas da Beata Beatriz da Silva que vão reconstruir quase totalmente o convento, funcionando lá desde então uma creche. Com uma fachada simples, o interior da igreja do convento é riquíssimo com um retábulo-mor de opulenta talha dourada e uma pintura representando a “Adoração de Nossa Senhora por São Francisco e Santa Clara”.   

CAPELA DE N. S. DA CONCEIÇÃO - ELVAS


A capela de Nossa Senhora da Conceição foi construída sobre a Porta da Esquina da muralha seiscentista após esta última ser erigida. No entanto, o templo sofreu grandes modificações nos séculos seguintes como é exemplo a obra que a forrou de azulejaria no séc. XVIII. O interior da capela é revestido por azulejos de desenho variado datáveis de cerca de 1780 e de influência holandesa.   

CASA DO CABIDO - ELVAS


A cidade de Elvas tornou-se sede de um bispado a 9 de Junho de 1570. A partir daí constituiu-se uma corporação capitular com cinco dignidades (deão, chantre, arcediago, mestre-escola e tesoureiro) e doze cónegos. A falta de um espaço adequada ao exercício das funções episcopais levaram o segundo bispo da cidade, D. António Matos de Noronha a entregar ao arquitecto Pêro Vaz Pereira a edificação da Casa do Cabido, cuja primeira pedra foi lançada em 1609. No entanto só no bispado de D. Baltazar de Faria Vilas Boas se fariam as obras da Casa do Cabido que hoje observamos e da autoria de José Francisco de Abreu. Trata-se de um prédio de dois andares com uma arquitectura setecentista de onde se realça a Sala Capitular. A Casa do Cabido após anos de abandono foi convertida em Museu de Arte Sacra e é um local certamente a visitar.   

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

IGREJA DAS DOMINICANAS - ELVAS


Antigo convento feminino da Ordem Dominicana fundado em 1528. A igreja que hoje observamos foi principiada em 1543, tendo as obras terminado em 1557 no local onde outrora se situava a Igreja da Madalena. É um edifício de rara planta octogonal com um pórtico renascentista e um interior completamente revestido a azulejos. A talha dourada dos altares é obra do final do séc. XVII. A extinção das ordens religiosas em 1834 promoveu o abandono do convento que no entanto viria a durar até 1870, altura em que falece a sua última freira Ana Inácia de Gusmão. No início do séc. XX é decidida a demolição do convento, excepto da igreja. No seu lugar foram construídos um cine-teatro, casas particulares e uma escola primária.   

PELOURINHO - ELVAS


BRASÃO DOS CONDES DE VILAR-MAIOR - ELVAS


IGREJA DE S. MARTINHO - ELVAS

 
A igreja de São Martinho foi fundada em 1515 por iniciativa dos populares depois de encontrarem uma imagem deste santo na muralha islâmica que por ali passava. O templo está situado na parte alta da cidade, bastante alterada deste então com o rasgar de novas ruas como a Rua dos Quartéis em 1580 ou com a construção do Conselho de Guerra no séc. XVII pelo que o adro da igreja nada tem a ver com o que hoje encontramos. A capela-mor em talha dourada é da invocação de Nossa Senhora da Guia, enquanto que as colaterais são dedicadas a São Martinho (do lado do Evangelho) e a Nossa Senhora da Glória (do lado da Epístola).   

BECO DE S. MARTINHO - ELVAS


BRASÃO FAMILIAR EM CASA PARTICULAR


ENTARDECER


LAVANDO TRAPOS


GENTES


A VACA E A PÊGA