Passaram cerca de quinze anos sobre a decisão – dolosa para a cidade de Elvas – que a Câmara de Rondão Almeida assumiu ao destruir a Quinta do Bispo, apesar do enorme empenhamento demonstrado por muitas personalidades de vários pontos do País, e de Elvas, em cartas, jornais e revistas pedindo e, explicando o porquê da sua – necessária – e justa conservação.
Hoje, onde havia árvores majestosas, vegetação exuberante, controlada, e, entre avencas e fetos, corria água das cascatas para os lagos, há agora lixo – lixo aos montes, lixo, ruínas – e mais lixo...
Na zona arrasada para construção, o empreiteiro, por falência (?), deixou em esqueleto metade das inestéticas moradias com que mutilaram a Quinta na sofreguidão doentia de fazer dinheiro a qualquer preço, mesmo sobre o arraso de importante parte da história de Elvas...
Aliás, um dia se saberá porque aconteceu – e quem beneficiou – com tão vil negócio...
Foi um inútil desastre que não honra quem o perpetrou e, nos envergonha a todos por o termos consentido.
Comparou-se, certa vez, a si próprio, Rondão Almeida com o Marquês de Pombal.
Pombal, reconstruiu Lisboa após o terramoto de 1755 mas, dele o que ninguém esquece é a matança dos Távoras, que para sempre lhe turva a memória.
Rondão, promovendo a construção desenfreada que por aí vai, e não conseguindo impedir a perda de valências e serviços na Cidade, – tem sido, ele próprio, "o terramoto", como neste caso, e noutros, ao adulterar com arrebiques parolos a carismática sobriedade da feição de pedra adusta deste velho burgo medieval.
Pode Deus, na sua infinita misericórdia, perdoar-lhe.
Pode!
Porém – A História – essa, jamais.
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